Olá pessoal, trarei hoje um resumo sobre Tocqueville, que foi assunto da aula ministrada no dia 28/08 e parte do dia 01/09, mas gostaria de deixar claro que como em ciência política tratamos de pensadores fortemente estudados ao longo da história, é certo que tudo o que eu diga aqui pode ser encontrado na Internet em versões até mais completas , também lembro aos colegas que não tenho sequer a metade do conhecimento e talento didático do professor Gilson, e que por tanto nenhum resumo que eu venha a fazer aqui conseguirá se equiparar à uma de suas aulas, visto que em suas aulas somos levados a avaliar as idéias dos pensadores sobre varias perspectivas e que recebemos ali inúmeros exemplos de como as teorias se desenvolveram e como elas se comprovaram na história, tentarei então expor de maneira muito geral aquilo que foi visto na aula e espero poder ajudar, contudo persistindo as duvidas enviem e-mail ou deixem comentários que respondo na medida do possível.
TOCQUEVILLE
Como vimos, Tocqueville foi um nobre francês nascido em 1805. É considerado o Montesquieu do séc XIX, dada a sua importância, mas a principal diferença entre eles fora o período em que nasceram, uma vez que Montesquieu nascerá em um período pré-revolução e Tocqueville nascerá quando a revolução já havia acabado. Contudo a França se encontrava também em um período de incertezas, pois a nobreza ainda possuía uma certa força, e defendia a volta da aristocracia, enquanto a burguesia defendia a democracia, e ainda não se sabia que rumo tomar.
Tocqueville também encarna essa contradição, pois era um nobre, contudo aspirava à democracia, e via na democracia o sistema que acabaria figurando o papel principal na política mundial.
Nessa mesma época a democracia americana, originada pelos federalistas, estava a todo o vapor, e como vimos no estudo dos federalistas, essa democracia dava bons frutos, os EUA já surgiam como nação modelo, tanto de organização política como econômica, e isso desperta a curiosidade de Tocqueville, ele queria entender como um sistema que a principio parecia ter tudo para gerar o caos absoluto, conseguia se manter estável e se mostrava até melhor que o absolutismo.
Ele decide então estudar esse sistema, e pra isso utiliza seu cargo de juiz na França, e requisita viagem à América sob o pretexto de estudar o sistema prisional americano, que também era muito bom, mas na verdade seu interesse era mesmo estudar à fundo a democracia, e ao fazer isso, acaba escrevendo sua obra principal intitulada “A DEMOCRACIA NA AMÉRICA”, nela Tocqueville define democracia como: “Um processo universal caracterizado por uma constante redução nos privilégios de nascimento e um constante aumento na igualdade de condições”.
Tocqueville enxerga na democracia um sinônimo de igualdade, contudo observa também um mal genético que está ligado à liberdade.
Para ele essa liberdade acaba gerando o individualismo, e esse individualismo geraria a apatia política, que por sua vez levaria a tirania. Isso porque o individuo por ser livre, e estar relativamente contente com a situação política, se acomoda, e resolve lutar apenas por seu interesses individuais.
Tocqueville observa também que os americanos souberam aplicar um remédio para evitar o problema do individualismo, foi a concessão da liberdade local.
Nos E.U.A. as reivindicações eram feitas sempre de maneira coletiva, as pessoas se uniam para resolverem seus problemas, muitas vezes sendo dispensada até a ajuda do estado, e nessa questão até mesmo a religião era algo positivo, pois desde que ela não se misturasse ao estado, ela só faria bem, uma vez que através dela o individuo estaria também se associando.